A 2ª Edição do livro UMA BREVE HISTÓRIA dos ESTADOS UNIDOS, de James West Davidson, foi publicada agora em 2016, pela L&PM Editores, 327 páginas.
A obra do historiador norte-americano serve de introdução para a fascinante história do país mais rico e poderoso do Planeta, embora se recinta do empirismo da historiografia burguesa, isto é, da ausência do método científico do materialismo histórico, da dialética, para a análise concreta da situação concreta, partindo das classes fundamentais e antagônicas da sociedade capitalista, a burguesia e o proletariado.
Assim, as ideias que embasam o livro de Davidson são as ideias da classe dominante norte-americana, ou seja, as ideias da burguesia imperialista norte-americana dos falcões da Casa Branca.
De forma resumida, a obra de Davidson aborda toda a História dos Estados Unidos desde a chegada de Cristóvão Colombo até os dias atuais, passando pela derrubada das Torres Gêmeas, mais um acontecimento que vitimou o povo norte-americano e que também demonstra a barbárie em que vivemos hoje em dia, provocada pela própria época imperialista, liderada pela própria nação estadunidense.
É contada a história da época da colonização espanhola, depois da colonização britânica, francesa. A luta pela independência de George Washington, Thomas Jefferson, Madison. A guerra civil americana entre o Norte, industrializado, e o Sul, atrasado e escravagista, com a vitória do Norte liderado por Abraham Lincoln. Os Reinos do Algodão.
A guerra do Estados Unidos contra o México, primeiro com a conquista do Texas, depois “No fim da guerra, os Estados Unidos ganharam mais de meio milhão de quilômetros quadrados de novo território: não só o Texas, como também toda a região atualmente ocupada por Nevada, Utah e Califórnia, e partes do Novo México, Colorado e Wyoming.” (pág. 146/147). O novo Oeste.
As massas (a sociedade atual). O grande líder sindical americano Eugene Debs.
A I Guerra Mundial. A II Guerra Mundial e as bombas de Hiroshima e Nagasaki: “Em um único golpe, uma bomba matou 40 mil pessoas e deixou outras 100 mil em estado muito greve, acometidas por queimaduras e radiação. Um segunda bomba explodiu três dias depois na cidade de Nagasaki." Os Estados Unidos emergiram como Superpotência. Corrida espacial e armamentista com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Crise dos mísseis em Cuba. Admite que “(...) os Estados Unidos usaram mercenários pagos para derrubar governos hostis na Guatemala e no Irã.” (pág. 264).
Rosa Parks, Martin Luther King, Malcolm X, Stokely Carmichael e a luta dos negros contra o racismo. A luta de Cesar Chavez e de United Farm Workers. A luta dos estudantes de San Francisco e Berkeley, na Califórnia. O feminismo de Betty Friedman.
A série da televisão educativa Vila Sésamo. Os programas de seguros de saúde para idosos como o Medicare e o Midicaid para os pobres.
Guerra da Coreia e do Vietnã, onde o imperialismo norte-americano foi derrotado.
O caso Watergate que levou à renúncia do presidente Richard Nixon, para evitar empeachment.
Cortes nos programas sociais. Fim da corrida armamentista com o fim da URSS depois da guerra do Afeganistão.
Raquel Carson e o clima. “Estamos constantemente aquecendo o planeta em que vivemos. O perigo vem aumentando de forma gradativa, mas tem o poder de criar não um paraíso na Terra, mas um inferno.” (pág. 308).
Como dissemos, as ideias de uma sociedade são as ideias da classe dominante. Reflexo disso são duas importantes omissões nessa Breve História: a primeira referente aos mártires de Chicago, os quais foram condenados sem provas em 1886 (naquela época já se aplica a “Teoria do Domínio do Fato”): “No dia 20 de agosto, foi divulgado o veredicto do jurado. Spies, Parsons, Fisher, Engel e Lingg, foram condenados à morte; Schwab e Fieden à prisão perpétua e Neebe à prisão por 15 anos.” (Portal Esquerda Diário). Qualquer semelhança com os dias de hoje no Brasil é mera coincidência. “Não é de se estranhar que nesse país (os Estados Unidos - nota de Erwin Wolf) e no Canadá essa data não é celebrada." (Idem); e a segunda concernente ao jornalista John Reed, que escreve Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, sendo fundador do Partido Comunista Americano, tendo participado da Internacional Comunista, e depois de morto, foi enterrado ao lado de Lênin no Kremlin. Inclusive, Warren Beatty produziu, e dirigiu e estrelou o filme Reds de 1981, que conta a História da Revolução Russa de 1917, sendo que sua companheira na época, Diane Keaton, fez o papel da mulher de Reed, Louise Bryant. O filme obteve 4 Oscars, sendo que Beatty ganhou o de melhor diretor.
Erwin Wolf
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