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Há 76 anos Trotsky era assassinado, mas deixava um legado: o marxismo revolucionário de nosso tempo

Trotsky foi assassinado no dia 20 de agosto de 1940, no exílio no México, na cidade de Coyoacán, em 1940, por Ramon Mercader (espanhol,  que por falar bem o francês, se passava por belga, com o pseudônimo de Jacques Monard) a mando de Josef Stalin, dirigente da burocracia contrarrevolucionária que assumiu o poder na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que levou à restauração capitalista, dando origem à atual Rússia e demais países, como Ucrânia, Letônia, Lituânia, etc.

Lênin e Trotsky, liderando os bolcheviques, o partido comunista russo, inicialmente enfrentaram e venceram o cerco dos 14 exércitos imperialistas contra a URSS, com o Exército Vermelho, criado por Trotsky vencendo a guerra civil em 1921.

Apesar da vitória a Rússia saiu exaurida da guerra civil, sendo que os melhores quadros do Partido Bolchevique e da Revolução morreram na Guerra Civil. A situação econômica se agravou, com muita miséria.

Além disso, para agravar a situação, a revolução na Alemanha, país mais avançado, não ocorreu no período de 1919/1923. Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht foram assassinados. Os bolcheviques depositavam muita esperança na revolução na Alemanha para impulsionar a Revolução Mundial. Outras derrotas aconteceram no período, como a derrota da República Soviética da Hungria de 1919, de Bela Kun e Georg Lukács.

Assim, os bolcheviques, isolados, foram obrigados a adotar a Nova Política Econômica (NEP), ou seja, embora tenham impulsionado a lei da economia planificada (como nos ensinou o maior economista bolchevique, Eugênio Preobrajenski, em sua obra “A Nova Econômica”), foram forçados a fazerem algumas concessões à lei do valor, a “economia de mercado”, à economia capitalista.

Isso tudo propiciou o aparecimento de uma burocracia na União Soviética, que usurpou o poder do proletariado revolucionário russo, concentrado nos sovietes (conselhos operários, de deputados operários, camponeses e soldados do exército).

Josef Stalin, Georg Zinoviev e Leon Kamenev lideraram essa burocracia. Foi a chamada Troika.

Em razão do surgimento dessa burocracia, surgiu a Declaração dos 46 bolcheviques, organizados em torno de Eugênio Preobrajenski, o maior economista soviético, autor da obra “A Nova Econômica”. Dentre os 46, estavam Ivar Smilga, Ivan Smirnov, Valerian Osinski, Grigori Sokolnikov,  colocando a necessidade de se estabelecer uma política de industrialização para vencer o atraso, porque embora o proletariado tenha tomado o poder com o apoio dos camponeses, o país seguia pouco industrializado. Apontavam para a retomada da política de Lênin, quando este dizia que a URSS devia ser “sovietes mais eletricidade" (industrialização - TML).

Trotsky estava esgotado em razão das divergências na Guerra Civil e com o fato do grupo oposicionista de Stalin no Exército ter conseguido o poder, por meio de Frunze, que aliás morreu logo depois. Na medida em que foi afastado do Exército, passou a se dedicar, estudar e a trabalhar na área econômica do governo soviético, com a questão da indústria. Inclusive, Trotsky concordou com Stalin para que não fosse divulgado o Testamento de Lênin, onde este fazia críticas às principais lideranças bolcheviques, Bucarin, Piatakov, ao próprio Trotsky, e principalmente a Stalin. Assim, Trotsky inicialmente não participou dessa articulação dos 46 liderada por Preobrajenski.

Posteriormente, vendo a situação política do URSS se agravar, Trotsky aderiu aos 46 e passou a organizar a Oposição de Esquerda, juntamente com Eugênio Preobrajenski e outros 45 bolcheviques.  

Em seguida, Kamanev e Zinoviev rompem com Stalin e formam junto com Trotsky a Oposição Unificada. 

O Estado operário soviético passa a ser dirigido por Josef Stalin e Nicolai Bucarin que passam a liderar a burocracia. Bucarin tornou-se líder de uma oposição de direita,  chegando a formular a palavra de ordem “Kulaks enriquecei-vos”.

Trotsky acaba deportado para a Turquia, em Prinkipo, passando a impulsionar a Oposição de Esquerda Internacional, com seu filho Leon Sedov, depois foi para seu exílio definitivo no México.

O isolamento da URSS persistiu, com a burocracia adotando um curso termidoriano (uma comparação de Trotsky ao período contrarrevolucionário da Revolução Francesa), que resultou nos famosos “Processos de Moscou”, de 1934/1939, quando todos os membros da vanguarda bolchevique, que havia dirigido a Revolução Russa, foram assassinados por Stalin.

Era uma conjuntura profundamente contrarrevolucionária, período da ascensão de Hitler  na Alemanha, em 1933, fortalecendo o fascismo de Mussolini na Itália.

Na época, com a crise na URSS, a burocracia adotou uma política de industrialização e coletivização do campo forçadas, aumentando o descontentamento da população com o governo da burocracia.

Stalin desenvolveu, então, a “Teoria do Socialismo num só país” e a política de “Coexistência Pacífica”, colaboração de classes com o imperialismo.

Isso permitiu que fizesse um acordo com Hitler, o chamado “Acordo Molotov- Ribbentrop”, os nomes, respectivamente, dos ministros das relações exteriores da URSS e da Alemanha.

Stalin acreditava que com esse “Acordo” Hitler não atacaria a Alemanha. Quando o Exército alemão invadiu a URSS, membros da organização de inteligência de soviética, a “Orquestra Vermelha” informaram Stalin imediatamente, mas este não acreditou, conforme relata em seu livro “O Grande Jogo”, de  Leopold Trepper, que depois tornou-se trotskista.

Na época da ascensão de Hitler na Alemanha, a Internacional Comunista vivia a política denominada do “terceiro período”, onde defendia a “teoria do social fascismo”, contra a frente única do Partido Comunista alemão com o Partido Socialista alemão para derrotar o nazismo, dizendo que este era “social-fascista”, o que permitiu a ascensão de Hitler, muito parecida com a política do “Fora Todos” do Partido Socialista dos Trabalhadores (PSTU) no Brasil hoje, sectária por não permitir a unidade na luta contra o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano e o oportunista porque, na prática, é uma aliança com os mesmos.

A partir da ascensão do nazismo na Alemanha, em 1933, Trotsky que impulsionava a Oposição de Esquerda Internacional, no seio dos partidos comunistas, entende que a III Internacional, ou Komintern, como era conhecida, estava morta para a Revolução Mundial, e passa a defender a necessidade construção da IV Internacional.

Em 1938, no em Perigny, no subúrbio de Paris, funda, baseado no Manifesto do Partido Comunista, nos Quatro Primeiros Congresso da Internacional Comista e no Programa de Transição a IV Internacional, que ele considerava o seu maior legado.

Todavia, a IV Internacional não teve vida longa em razão de seus quadros jovens não estarem à altura da tarefa colocada pela luta de classes.

James Patrick Cannon, que havia travado uma luta importante com Trotsky contra a fração antidefensista de Max Shachtman no Socialist Workers Party (SWP) dos Estados Unidos (Scachtman era contra a defesa da URSS, em razão de sua burocracia contrarrevolucionária, enquanto Trotsky e Cannon eram pela defesa incondicional da URSS), erguendo o mais importante partido da  IV Internacional,  não se mostrou a altura para seguir a luta e dirigir a nova Internacional.

A IV Internacional passou a ser dirigida pelo grego Michel Pablo, que realizou uma revisão do Programa de Transição, impressionado com o surgimento dos Estados operários no Leste Europeu, como Alemanha Oriental, Iugoslávia (Sérvia, Croácia, Montenegro, Bósnia, Herzegovina), Polônia, Tchecoslováquia (hoje República Tcheca e Eslováquia), Romênia, Albânia, em razão da desintegração do capitalismo, motivada pela destruição da II Guerra Mundial.

Pablo passou a defender que a hipótese pouco provável, mencionada por Trotsky no Programa de Transição como exceção, de que as direções tradicionais serem obrigadas a tomar o poder, tornara-se a regra.

A hipótese pouco provável para Trotsky, conforme seu prognóstico no Programa de Transição da IV Internacional sobre a instauração de um governo operário e camponês é a seguinte:

É possível a criação de tal governo pelas organizações operárias tradicionais. A experiência anterior nos mostra, como já vimos, que isto é pelo menos pouco provável. Entretanto, é impossível de negar categórica e antecipadamente a possibilidade teórica de que, sob a influência de uma combinação de circunstâncias excepcionais (guerra, derrota, quebra financeira, ofensiva revolucionária das massas etc.), os partidos pequeno-burgueses, inclusive os estalinistas, possam ir mais longe do que queiram, no caminho da ruptura com a burguesia. Em todo caso, uma coisa está fora de dúvida: se mesmo  esta variante pouco provável se realizasse um dia, em algum lugar, e um “governo operário e camponês” no sentido acima indicado se estabelecesse de fato, ele representará somente um curto episódio em direção à ditadura do proletariado.

Todavia, esse entendimento era completamente equivocado, pois desconsiderava as revoluções em as direções tradicionais do proletariado não estiveram à altura dos acontecimentos, como as Revoluções na Alemanha (várias no período de 1919/1923), Grécia, Itália, Hungria, China (1927), Bolívia, Ceilão, Peru, França, Tchecoslováquia, Nicarágua, Portugal, Espanha, Irã, Egito, Palestina, etc. A lista é imensa.

Essa conclusão de que direções tradicionais (e ou pequeno-burgueses) estavam liderando revoluções, levou à revisão do Programa de Transição no sentido de emprestar aos partidos comunistas um caráter revolucionário, materializando-se na política do “entrismo sui generis”, quando os militantes da IV Internacional foram orientados a fazerem o entrismo nos partidos comunistas.

Ernest Mandel (E. Germain), belga que havia sido prisioneiro durante a II Guerra Mundial, inicialmente elabora um documento com alinhavando 10 pontos criticando Michel Pablo, mas logo capitula ao mesmo, abandonando suas críticas que foram retomadas e desenvolvida por Marcel Bleibtreu, no artigo “Aonde vai o camarada Pablo?”, que era dirigente da ala majoritária do Partido Comunista Internacionalista (PCI) da França, juntamente com Pierre Lambert. O PCI, francês, foi apoiado pelo SWP, norte-americano, e pela seção britânica, dirigida por Gerry Healy.

Apesar da luta inicial contra o Michel Pablo, tal curso revisionista não foi contido, sendo que a primeira vítima dele foi a Revolução Boliviana, onde o Partido Operário Revolucionário (POR), seção boliviana da IV Internacional, dividido, abandonou as famosas “Teses de Pulacayo”, elaboradas e aprovadas pelos mineiros em 1946, a qual consistia no programa revolucionário,  e acabou apoiando a ala esquerda do Movimento Nacionalista Revolucionário, de Paz Estenssoro, numa política de colaboração de classes, frente populista, no momento que o Estado burguês boliviano havia sido destruído e os mineiros da Bolívia haviam desarmado o exército, numa situação revolucionária de duplo poder, onde a Central Operária Boliviana, tinha característica sovietista (sovietes: conselhos operários).

A IV Internacional foi assim precocemente destruída pelo revisionismo pablista com as principais seções, sucumbindo. O SWP norte-americano, adaptou-se ao castrismo, enquanto o PCI, tornou-se uma agência do imperialismo, adaptando-se à socialdemocracia francesa e europeia. Já Healy estabeleceu uma “Frente Única Anti-imperialista” com Muamar Kadafi, na Líbia, que verdade não era uma frente tática, para ações práticas e concretas, mas estratégica de longa duração, ou seja, estabelecendo uma “Frente Popular”, uma política frente populista, capitulando ao nacionalismo líbio.

Hoje, além do Secretariado Unificado pablista, existem alguns agrupamentos com uma certa expressão, que se reivindicam da IV Internacional, mas que desenvolvem uma política social-democrata, pró-imperialista, como a Corrente Marxista Internacional, de Alan Woods e a corrente lambertista francesa; a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT), morenista, que, invariavelmente, se alinha com as posições pró-imperialistas, tendo como principal partido o PSTU brasileiro, que agora praticamente rachou ao meio por apoiar o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano, com o surgimento do Movimento Alternativo Socialista Independente (MAIS), ainda mais oportunista, os quais tendem a desaparecer com o acirramento da luta de classes no Brasil; a Coordenadoria pela Refundação da Quarta Internacional (CRCI), de Jorge Altamira, do Partido Obrero, da Argentina, que tem uma orientação eleitoreira e social-democrata pró-imperialista, com a política de “Frente de Izquierda”, como divulgada  em seu jornal Prensa Obrera (“Llevemos a la izquierda al Congresso”), nas últimas eleições parlamentares. Agora PO, de forma dissimulada, está apoiando o governo burguês autoritário, pró-imperialista de Mauricio Macri, na perseguição à líder das Mães da Praça de Maio, Dona Hebe de Bonafini. A socialdemocracia, como dizia Lênin, é uma agência do imperialismo.

A questão da “Frente Popular” é bem desenvolvida por Trotsky em sua obra “Stalin, o organizador de derrotas”, com o subtítulo “A Internacional Comunista depois de Lênin”, escrito em 1929, sobre a experiência da Revolução Chinesa, criticando a política de Nicolai Bucarin e George Dimitrov, no Quinto e Sexto Congressos da Internacional Comunista, aplicada pelos comunistas chineses que fizeram uma “Frente Única Anti-imperialista” (essa “Teoria” havia sido elaborada por Bucarin nas Teses do Oriente do Quarto Congresso da Internacional Comunista), na verdade uma “Frente Popular” com o Kuomitang, partido nacionalista chinês, sendo esmagados depois por Chiang Kai-shek. 

A TML entende que na conjuntura atual está colocada a luta por uma nova Internacional comunista, operária e revolucionária, sendo simpatizandte do Coletivo Revolução Permanente (CoReP), formado pelo Groupe Marxiste Internacionaliste, da França (GMI), o Gruppe Klassenkampf (GKK), da Áustria, e o Revolución Permanente, do Peru. Além disso, a TML é simpatizante da Liga Comunista de los Trabajadores, da Argentina,  e do Reagrupamento Revolucionário (RR), do Brasil.

A visão da TML com relação à construção do partido operário marxista revolucionário no Brasil, à construção da nova Internacional operária e revolucionária e à próxima vaga revolucionária é que serão cada vez mais fortes, mais firmes e poderosos:

“A organização do proletariado em classe e, portanto, em partido político, é incessantemente destruída pela concorrência que fazem entre si os próprios operários. Mas renasce sempre e cada vez mais forte, mais firme, mais poderosa (...).” (Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista, 1848.)

“[(As Revoluções) encontram-se em constante autocrítica, (...) retornam ao que aparentemente conseguiram realizar, para recomeçar para recomeçar tudo de novo (...), parecem jogar seu adversário por terra somente para que ele sugue dela novas forças e se reerga diante delas em proporções ainda mais gigantescas.” (Karl Marx, O 18 do brumário de Luís Bonaparte).

A TML segue o legado de Trotsky, lutando pela formação do partido operário marxista revolucionário e pela construção da Internacional comunista, operária e revolucionária, entendendo que essa é a melhor forma de homenageá-lo.

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

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