Pular para o conteúdo principal

Reagrupar a vanguarda: construir um partido operário marxista revolucionário

A Tendência Marxista-Leninista reuniu-se no final de semana e discutiu a situação política nacional, isto é, a consumação do golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano e a instauração da ditadura Temer.

A Reunião da TML aprovou um documento sobre a conjuntura, para reorientar a nossa intervenção, que publicaremos nos próximos dias.

Uma das principais alterações da nossa política para o próximo período foi a constatação de que o nosso “entrismo” no Partido dos Trabalhadores está esgotado, ou seja, que ele foi importante para a luta contra o golpe (tendo em vista as nossas forças, isto é, o fato de sermos apenas uma tendência), mas que no próximo período devemos dar um salto de qualidade, buscando a luta intransigente pela independência de classe, buscando a formação e construção de um partido do proletariado brasileiro.

A necessidade da construção do Partido Operário Marxista Revolucionário é enorme nesta conjuntura, quando a burguesia entreguista e o imperialismo norte-americano anunciam ataques sem precedentes contra o proletariado e o conjunto da nação oprimida, como a supressão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma conquista de mais de 70 anos, no sentido da ampla terceirização, com a precarização/escravização do trabalhador, e consequente aumento do trabalho escravo tanto na cidade como no campo, assim como a privatização do que restou do patrimônio público, como a Petrobrás, a Caixa Econômica Federal, Correios, etc. etc.

O programa da ditadura Temer “Um ponte para o futuro”, uma aberração neo-liberal é uma tentativa desesperada de salvação do capitalismo brasileiro moribundo, promovendo uma verdadeira guerra civil contra o movimento operário e popular, as centrais, os sindicatos, os movimentos populares e sociais.

A necessidade do Partido Operário Marxista Revolucionário deve-se também ao fracasso da política de colaboração de classes do PT (“frente populista”), que levou a sua direção a capitular e a trair a luta contra o golpe, o que desorientou a sua combativa militância. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) joga um papel coadjuvante na frente de colaboração de classes, fazendo apologia da democracia burguesa.

Além disso, a necessidade do Partido Operário deve-se à traição do (PSTU), que defendia o “Fora Todos”, que na verdade era o Fora Dilma; de setores do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), os quais flertaram com o golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano; ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) que não participou da luta contra o golpe, somando mais essa traição à sua história.

Também, deve-se aos centristas como a Liga Bolchevique Internacionalista (LBI) que enxergou o golpe apenas no último momento, não tendo travado nenhuma luta, pouco se diferenciando, na prática, da direção do PT, assim como o Movimento Revolucionário dos Trabalhadores – Liga Estratégica Revolucionária (MRT/LER-QI) que também somente viu o golpe na última hora.

Ainda, deve-se mencionar uma excrescência, ou seja, a posição do Movimento Negação pela Negação (MNN) que chegou a participar das manifestações da burguesia entreguista, pedindo até a prisão de Lula. 

Por último, é necessário observar que há uma vanguarda operária marxista revolucionária bastante dispersa, a qual a proposta de formação e construção de um Partido Operário Marxista Revolucionário visa reagrupar, no sentido da organização independente do proletariado, para que este busque liderar a nação oprimida, em aliança com os camponeses pobres e lute por um governo operário e camponês, para a realização das tarefas democráticas como expulsão do imperialismo, reforma e revolução agrária, ou seja, expropriação das fábricas, empresas, bancos, universidades, escolas, empresas agrícolas, expropriação dos latifúndios e do campo, monopólio do comércio exterior e economia planificada, bem como  por uma Internacional operária e revolucionária, rumo ao socialismo.

O objetivo da formação do Partido Operário Marxista Revolucionário não é a formação de um “partido de novo tipo”, como defendem os intelectuais pequeno-burgueses, não queremos uma reedição do PT, do PSOL, do PSTU, do PCB, PCdoB, etc., nosso objetivo é a formação de um partido bolchevique, ou seja, um partido marxista-leninista revolucionário, um partido de quadros, que seja formado, construído e financiado pela própria militância, que defenda a independência da classe operária e lute por sua emancipação, superando e dando um salto de qualidade com relação às duas tentativas históricas fracassadas da classe operária de construir um partido operário independente, que foram o PCB e o PT.  

Agora com o golpe consumado, com a instauração da ditadura Temer, a resistência tem de dar um salto de qualidade, com a formação e construção do Partido Operário Marxista Revolucionário, com um trabalho paciente de explicação aos operários, aos trabalhadores, aos camponeses, aos jovens e aos estudantes, preparando-os para a luta pelas liberdades democráticas, como também para enfrentar os ataques que virão do “programa econômico” da ditadura Temer, sempre utilizando os métodos de luta da ação direta das massas, motivo pelo qual o movimento operário e popular deve preparar e organizar, uma greve geral por tempo indeterminado, com a eleição dos comandos de greve, nas fábricas, nas empresas, nos bancos, nas repartições públicas, nos campos, nas empresas rurais, nas escolas e nas universidades para derrubar a ditadura Temer.

Assim, somente com a formação e construção do Partido Operário Marxista Revolucionário a ditadura Temer será um curto episódio no sentido de um governo revolucionário operário e camponês.   

- Não ao golpe!

- Abaixo a ditadura Temer!

- Fascistas não passarão!

- Preparar e organizar a greve geral!

- Fora Temer! 

Tendência Marxista-Leninista, por um partido operário marxista revolucionário

Ignácio Reis

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia

O presente texto é uma resposta à contribuição do simpatizante de nossa tendência, Leonardo Silva, para a I Conferência da Tendência Marxista-Leninista. Abordaremos alguns aspectos da conjuntura nacional e da internacional, sobretudo os relativos ao governo Lula e guerra na Ucrânia. Leia mais: Contribuição do camarada Leonardo Silva I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos O governo Lula Como havíamos previsto desde as eleições, o governo Lula é um governo democratizante de conciliação e colaboração de classes, apoiado por uma frente ampla burguesa, ou seja, uma frente popular, uma frente populista. Além disso, previmos que a política econômica do governo Lula daria continuidade à política econômica de Paulo Guedes, ou seja, à política de Bolsonaro. Como prova disse, basta ver o salário-mínimo de fome anunciado pelo governo Lula: R$ 1.320,

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante