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Cinismo e hipocrisia de Obama e Macri na Argentina

O presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, esteve ontem na Argentina com o presidente ditador Mauricio Macri, onde de forma hipócrita e cínica os dois presidentes prestaram homenagem às vítimas da ditadura militar argentina, imposta pelos imperialismo yankee nos anos 70 do Século passado.

Obama condenou a política dos Estados Unidos de impor golpes e ditaduras na América Latina e falou ainda que abrirá os arquivos secretos norte-americanos relativos à ditadura argentina.

Como observou o jornalista Ricardo Boechat, da Televisão Bandeirantes, no Jornal da Band, “Obama deveria abrir os arquivos referentes a todos os golpes e ditaduras na América Latina.”

Obama e Macri estavam com a ideia de visitar o a Escola de Mecânica da Armada, na Argentina, famoso centro de tortura e assassinatos, na época da ditadura militar argentina, mas recuaram em razão do clamor mundial. 

Para se ter uma ideia, a Escola de Mecânica da Armada, na Argentina, era pior que o Doi-Codi, na Rua Tutóia, a Operação Bandeirantes da época da ditadura brasileira.

A juventude brasileira teve uma ideia recentemente com a Nova Operação Bandeirantes, como a denominou o jornalista Jânio de Freitas da Folha de S. Paulo, com o sequestro de Lula pela midiática Polícia Federal, a nova polícia política do País, que quer mandar até no Ministro da Justiça, e pelo juiz do PSDB tucano, diretor do presídio da Nova Guantánamo, em Curitiba, juntamente com o Supremo Tribunal Federal (o mesmo que historicamente entregou Olga Benário aos nazistas, condenaram os nossos companheiros do PT sem provas, com base na nazi-fascista "Teoria do Domínio do Fato" e agora acabaram com a presunção de inocência) e uma minoria do poder judiciário e do o ministério público, que tentam implementar um Estado Policial nazi-fascista, com as “prisões cautelares” (“prisões temporárias” e “preventivas”), para tortura, com o objetivo de conseguirem “confissões” e “delações premiadas”, como na Santa Inquisição e nas piores ditaduras, como da Alemanha Nazista de Adolf Hitler, onde até os filhos eram forçados a "entregar" os pais.

Essas instituições golpistas buscam consumar o golpe, eufemisticamente denominado de “empeachment”, apoiado pelos Estados Unidos, para instaurar um Estado Policial no Brasil, pior do que o imaginado por George Orwell, em seu livro 1984, sem as mínimas liberdades civis e democráticas, sendo que até a presidenta República segue sendo espionada pela CIA e a Polícia Federal, sem nenhum controle republicano e popular, pois esses órgãos são ocupados por usurpadores, que não se submeteram ao sufrágio universal, ou seja, ao voto, em total desrespeito à Constituição Federal rasgada, que consagra que o poder emana do povo.

O objetivo do golpe da burguesia entreguista e do imperialismo norte-americano é restabelecer a taxa de lucros dos monopólios, das empresas, dos bancos, dos latifundiários, sobretudo os estrangeiros, acabar com a Consolidação das Leis Trabalhistas, a CLT, reduzir as pensões e as aposentadorias, acabar com o seguro-desemprego, terminar com os  programas sociais, como, por exemplo, “Bolsa Família”, “Minha Casa Minha Vida”, “FIES”, “PRONATEC”, “PRÓ-UNI”, etc., e se apoderar da Petrobrás e do Pré-Sal, como o imperialismo norte-americano fez na Iraque e na Líbia, apenas para exemplificar.  

O imperialismo norte-americano pretende, ainda, com a sua rapina, tirar o atraso, porque, no último período, perdeu espaço na América Latina, em razão de sua crise e decadência, para os imperialismos chinês e russo.

Obama não cumpriu até agora a sua promessa de campanha de fechar a prisão Guantánamo, onde os presos sem culpa formal, sem nenhuma acusação, são torturados diariamente. Pelo contrário, apoia a Nova Guantánamo, em Curitiba.

Além disso, Obama nada fez com relação aos assassinatos de Freddie Gray e  Michael  Brown, em Baltimore e Ferguson, respectivamente, quando o povo negro norte-americano se rebelou contra o seu governo, no mínimo conivente.

Historicamente, o falcão negro, Obama, será conhecido como traidor de seu povo.

Por outro lado, Macri mantém presa a líder indígena Milagro Sala e tem reprimido os movimentos populares e sociais na Argentina.

A “Administração Obama” (desde 2009/2016), em seus dois mandatos, patrocinou dezenas de golpes, só para exemplificar e resumir: Equador, 2010; Paraguai e Mali, 2012; Egito e Líbia, 2013; Tailândia, 2014 e Ucrânia, 2014, e Argentina, 2015, etc.; em andamento: Brasil, Chile, Irã, Venezuela, etc.  A média de golpes é superior a 1 por ano, na “Administração Obama”. Sem falar no apoio ao genocídio, cometido por Israel, contra o povo árabe/palestino, em mais uma traição de Barack Hussein Obama II. 

A Argentina, embora o governo Mauricio Macri tenha sido eleito, não deixa de ser um golpe também, porque este governa por decreto, indica para o ministério da relações exteriores, para chanceler, uma agente da CIA, como denunciou o presidente Maduro da Venezuela, ataca os movimentos populares e sociais, com prisões como a da líder indígena, Milagro Sala e volta-se para o Estado sionista e terrorista de Israel, cujo serviço secreto, o Mossad, vem exterminando os cientista iranianos. Inclusive, há uma polêmica, no seio do movimento operário e revolucionário, se houve ou não golpe na Argentina. 

Alejandro Acosta, entende que a eleição de Macri não foi golpe, porque ele até chegou a cooptar um setor do movimento sindical peronista, enquanto Rui Costa Pimenta do Partido da Causa Operária (PCO) diz que na Argentina houve golpe e exemplifica que Hitler assumiu o poder na Alemanha de forma democrática, tendo sido indicado chancelar, primeiro-ministro, pelo presidente Paul von Hindenburg. Depois, que ele assumiu o poder democraticamente, Hitler deu o golpe nazista, fazendo a provocação, com o incêndio no prédio (no Reichstag) do Parlamento Federal alemão, o  Bundestag . 

A TML entende que a razão nessa polêmica está com Rui Costa Pimenta, uma vez que o companheiro faz uma análise concreta da situação concreta, o que de fato aconteceu, sendo que o erro de Alejandro é que faz uma análise jurídica, formal, da ascensão de Macri.

Assim sendo, tendo em vista todo esse histórico, não há como não reputar de cínica e hipócrita a homenagem de Obama e Macri às vítimas da ditadura argentina. 

É o mesmo que os carrascos prestarem homenagem às sua vítimas.

Erwin Wolf

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