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The Economist: a voz do imperialismo

A revista britânica The Economist traz em janeiro dos artigos sobre o Brasil: “Irredeemable?” e “Brazil´s fall”, onde faz uma análise sobre a crise brasileira.

A análise é longa, abordando desde a época da ditadura militar até o presente, atacando totalmente o PT, sem falar nada da privataria tucana do PSDB, na qual, só para lembrar, foi entregue a Companhia Vale do Rio Doce a preço de banana.

Na verdade, os artigos reproduzem a posição defendida pelo PSDB tucano, o comprova que esse partido é o pagagaio do imperialismo não só britânico, europeu, como o do norte-americano, tendo em vista que o primeiro foi obrigado a ceder a liderança ao monstro yankee. O PSDB é formado pelos lacaios do imperialismo.

O sistema capitalista mundial vive uma crise, que ameaça até deflagração da III Guerra Mundial, com o choque entre o imperialismo do EUA e da União Europeia contra o Bloco imperialista eurásico, Rússia e China, que por serem ex-estados operários, com a liberação das forças produtivas, realizaram as tarefas democráticas, como independência nacional e reforma e revolução agrária, adquirindo melhores condições de concorrer e enfrentar o imperialismo hegemônico, ou seja, o imperialismo dos Estados Unidos e da União Europeia. Está colocada mais do que nunca a questão do socialismo ou barbárie.

A preocupação dos artigos é com o fato de que “O PT não tem apetite para a austeridade.”, ou seja, a rapina,  como eles, porque como sabemos o imperialismo é a época dos monopólios, da reação em toda linha, de guerras e revoluções.

Os governos do PT inicialmente aproveitaram-se dos preços das commodities (minério de ferro, soja, carnes, etc.) para desenvolver uma rede de programas assistencialistas, como Bolsa Família, Fome Zero, Minha Casa Minha Vida, Pró-une, Pronatec, etc. Todavia, com a chegada da crise iniciada nas metrópoles em 2008, o governo Dilma do PT enfrentou o descontentamento popular em 2013, principalmente dos estudantes e de setores da classe média, descontentamento que não foi canalizado pelo movimento operário devido a política de colaboração de classes da direção majoritária do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil, antiga Articulação), fazendo concessões à burguesia com a política de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e com a isenção de impostos das montadoras, isto é, das fábricas imperialistas como Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, General Motors, Scania, etc., como também com a isenção dos impostos da chamada linha (geladeira, fogão, máquina de lavar, etc) da indústria paulista, bem como aumentando a Taxa Selic, dando lucros estratosféricos aos banqueiros.

Porém, com a queda da taxa de lucros, em razão da chegada da crise internacional do capitalismo ao Brasil em 2013, crise essa iniciada em 2008 nas metrópoles imperialistas, sobretudo nos Estados Unidos, a burguesia brasileira pró-imperialista, liderada pelo PSDB, não se contenta mais com a política de colaboração de classes do PT, uma vez que a política assistencialista petista, do ponto de vista da burguesia e do imperialismo, é onerosa, implica em gastos públicos com os programas sociais, motivo pelo qual buscam agora tomar o poder como fizeram na Argentina com Maurício Macri, ou seja, um representante de seus interesses puro-sangue. Tentaram primeiro por meio das eleições em 2014, como perderam por pouco, agora buscam na marra através do “impeachment” de Dilma Roussef do PT, não descartando o golpe militar também.

O Deputado Eduardo Cunha, embora seja do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, é um aliado do PSDB, liderado por Aécio Neves, derrotado por Dilma. Eduardo Cunha foi denunciado pelo Ministério Público da Suiça, como possuindo depósitos de 5 milhões de dólares naquele país. Inicialmente, disse que não tinha conta na Suíça, depois disse que era fruto de seu trabalho, antes de ser político.

Esse é o homem que hoje é odiado pelos brasileiros, com os seus pares na Câmara dos Deputados tendo aberto um processo de cassação, por falta de decoro parlamentar. Inclusive o PSDB tenta se descolar dele, porque chegou à conclusão que ele pode atrapalhar o processo de “impeachment”. Mesmo assim Cunha não é detido pela Justiça brasileira também golpista, logicamente por ser o executor do golpe, pois ele deflagrou o processo do “impeachment” no Congresso Nacional.

A política imperialista é clara no sentido da austeridade, de aprofundar a verdadeira guerra civil, verdadeiro genocídio do povo pobre e negro, principalmente das periferias, com a redução da maioridade penal, a terceirização/precarização (verdadeira escravidão), redução de pensões, redução das aposentadorias, redução do seguro-desemprego, arrocho dos vencimentos do funcionalismo público, privatização da Petrobrás, ou seja, o denominado “ajuste fiscal”.

Todavia, para tanto, a burguesia e o imperialismo precisam remover o PT do governo porque este, devido a sua base operária e popular, é incapaz de fazer o “ajuste fiscal”, como, por exemplo, se pronunciou, Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso):

“Na realidade, existe um fundo político para a crise”, afirma um dos mais renomados especialistas brasileiros. Para ele, trata-se de uma típica situação que requer coragem e liderança para a prática de políticas de ajuste fiscal e monetário, condições que não existem no momento.” (Diário do Grande ABC, 6/1).

É que, como dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade, “No caminho tem uma pedra.” No caso brasileiro, é o seu proletariado em torno de 92,5 milhões trabalhadores, liderados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e também o Partido dos Trabalhadores, com 1 milhão e 700 mil filiados, com mais de 54 milhões de votos nas últimas eleições.

No último dia 16 de dezembro, a frente única anti-golpista do PT, PCdoB, PCO, PSOL, CUT, CTB, MST, MTST, UNE, UBES realizou uma manifestação gigantesca pelo País, colocando em cena um ator importante, o proletariado brasileiro, o que não deixou de assustar a burguesia e o imperialismo, daí o contra-ataque de The Economist.

Os cães ladram Sancho, sinal que caminhamos!

Erwin Wolf

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