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Nota da Frente Resistência sobre a conjuntura

A crise do capitalismo mundial chegou ao Brasil pra tirar o sono de muitas famílias. Num cenário de recessão econômica, com altos índices de desemprego, juros vertiginosos, inflação galopante, um brutal aumento nas tarifas de energia elétrica e água, aumento da gasolina e do gás de cozinha etc, o trabalhador ainda é penalizado por uma política de ajuste fiscal do governo petista, que ataca velhos direitos e enxuga o orçamento fazendo com que, em momentos de crise econômica, os diminuídos recursos sejam transferidos preferencialmente para os poderosos, sejam eles grandes capitalistas do campo e das cidades, banqueiros ou especuladores, em detrimento da classe trabalhadora.

Enquanto o povo trabalhador perde com as medidas de austeridade do governo Dilma, como as MP's 664 e 665, os patrões são poupados com o PPE (programa de proteção ao emprego), que diminui os salários dos operários e não mexe em nada no lucro dos empresários. Foram cortadas verbas da saúde e da educação, áreas notadamente em crise, mas os bancos continuam batendo recordes de lucros e o pagamento de juros e amortizações da dívida pública são mantidos religiosamente. Apesar de todas essas práticas - contrárias ao prometido pelo PT durante a campanha presidencial de 2014 -, a oposição de direita é insaciável, e continua a pressionar Dilma mais e mais. Dilma ao invés de governar amparada por suas bases da CUT e dos movimentos sociais optou por fazer concessões à burguesia, na ilusão de assim conter o golpismo em marcha no pós-eleição.

Porém, acossado pela chantagem do impeachment, em sua política de colaboração de classes, o PT tem cedido cada vez mais, entregando ministérios e contemplando picaretas como o "Chigago boy" Joaquim Levy na Fazenda, o indecoroso Kassab nas Cidades, a famigerada Kátia "Motosserra" Abreu na Agricultura e o pau mandado de Eduardo Cunha, o peemedebista Celso Pansera, na pasta de Ciência e Tecnologia. O mesmo Eduardo Cunha, presidente do velho balcão de negócios dos politiqueiros profissionais, a Câmara, em meio a denúncias de propina e contas secretas na Suíça, permanece no cargo, mediante barganhas e chantagens entre o governo e a oposição de direita. Todavia, o que já é péssimo pode piorar ainda mais. Como dito, a oposição de direita quer ainda mais.

Para as forças reacionárias do país, alinhadas com Washington e o imperialismo mundial, o ajuste implementado pelo governo do PT é tímido e lento, e, além disso, o PT ainda possui, ainda que cada vez mais tênues, laços históricos com o movimento operário e social. Por isso, farão tudo ao seu alcance para derrubar o governo petista ou inviabilizá-lo nas eleições de 2018, para que possam colocar um autêntico representante do capital, que possa, sem o menor pudor ou escrúpulo, implementar a agenda neoliberal em grau máximo. Nós da Frente Resistência não podemos aceitar que o Partido dos Trabalhadores seja derrubado por forças muito mais à sua direita.

Os trabalhadores precisam reassumir o protagonismo político no País, na luta contra os desmandos do Executivo e do Congresso; essa batalha, todavia, será enormemente mais árdua, difícil e sacrificante para a classe trabalhadora caso a oposição de direita tenha sucesso em derrubar o PT do poder. Portanto, combatemos o golpe, o que não significa, em momento algum, capitular à política do PT. Assim, a Frente Resistência convoca organizações, movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos, estudantes e forças de esquerda, democráticas e progressistas em geral, para se somarem a essa luta.

Já passou da hora de construirmos uma frente de atuação na defesa de nossa classe. Convocamos, portanto, a FRENTE ANTI-GOLPISTA, ANTI-IMPERIALISTA e ANTI-FASCISTA, pela defesa intransigente de nossos direitos, pela revolução brasileira e pelo socialismo!

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