Reunião que aconteceu na UFABC serviu como manifestação de apoio ao movimento que luta por moradia e reforma urbana
Discutir a ação truculenta da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Bernardo do Campo durante a desocupação de um terreno no bairro Demarchi, este foi o objetivo da reunião organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) no início da noite desta quinta-feira (12), no campus São Bernardo da Universidade Federal do ABC.
Cerca de 30 pessoas, entre militantes políticos, sindicalistas e estudantes, participaram do encontro onde demonstraram solidariedade para as cerca de 150 famílias desalojadas de forma violenta e reacionária.
José Ricardo Feitosa, coordenador estadual do MLB, fez uma rápida contextualização de tudo que ocorreu no domingo, quando a GCM do prefeito Luiz Marinho (PT), comandada pelo secretário de Segurança Urbana, Cicero Ribeiro Silva, retirou à força mais de 300 pessoas que se encontravam no terreno abandonado há mais de 30 anos na rua Gregória de Fregel.
“Nossa maior indignação é ver todo esse absurdo vindo de alguém que um dia serviu de exemplo para todos nós, mas que nos traiu”, disse Feitosa se referindo ao prefeito Marinho e à sua história como líder sindical.
O frei Paulo Henrique Cintra esteve na ocupação Eliana Silva II durante a ação de desocupação da GCM. Cintra afirmou que só conseguiu entrar no terreno ocupado porque fez valer sua condição de religioso, mas que foi avisado pelos guardas “para sair rapidamente, já que a desocupação iria acontecer dentro de poucos instantes”.
“Estive presente em outras ocupações, uma delas em Belo Horizonte. Mas não podia imaginar tamanha violência igual fui obrigado a ver no último domingo”, disse.
Lucas Barbosa, coordenador do MLB, afirmou que “este acontecimento não irá intimidar o movimento”. Em sua opinião, “a permanência na luta é a resposta para este governo, que age de forma truculenta com os movimentos sociais”.
Como resultado do encontro, ficou decido que uma nota de repúdio ao governo Marinho será publicada em nome do movimento e das entidades que o apoiam. Também ficou definida a criação de uma comissão jurídica para dar apoio aos militantes que tiveram seus pertences confiscados.
Outra reivindicação do MLB é o direito de resposta na imprensa, que divulgou matérias onde o prefeito parabeniza a ação da GCM. Por fim, será marcada uma nova reunião, onde serão apresentados os resultados destes encaminhamentos.
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