Pular para o conteúdo principal

O Capital de Piketty

Adquirimos nesta quarta-feira, dia 10, o livro “O Capital no século XXI”, do economista francês, Thomas Piketty, tradução de Monica Baumgarten de Bolle, Editora Intrínseca Ltda., 669 págs., por apenas R$ 33,00, em uma promoção de uma grande livraria, num shopping de São Bernardo do Campo. A tradução é uma delícia de ler. Um especial parabéns para Monica.

As primeiras impressões são boas em razão dos dados e dos elementos estatísticos colhidos e pesquisados, apesar do autor não se reivindicar marxista. Ele é professor da École d´Économie de Paris, tendo estudado na London School of Economics e na École  de Hautes  Études em Sciences Sociales na França.

“A distribuição da riqueza é uma das questões mais vivas e polêmicas da atualidade. Mas o que de fato sabemos sobre sua evolução no longo prazo? Será que a dinâmica da acumulação do capital privado conduz de modo inevitável a uma concentração cada vez maior da riqueza e do poder em poucas mãos, como acreditava Marx no século XIX? Ou será que as forças equilibradoras do crescimento, da concorrência e do progresso tecnológico levam espontaneamente a uma redução da desigualdade e a uma organização harmoniosa das classes nas fases avançadas do desenvolvimento, como pensava Simon Kunets no século XX? O que realmente sabemos sobre a evolução da distribuição da renda e do patrimônio desde o século XVIII, e quais lições podemos tirar disso para o século XXI?

Essas são as perguntas que procuro responder neste livro. Desde já advirto: as respostas a que chego são imperfeitas e incompletas. No entanto, elas se baseiam em dados históricos e comparativos muito mais extensos que os de todas as pesquisas anteriores – abrangendo três séculos e mais de vinte países – e numa estrutura teórica inovadora que permite compreender melhor as tendências e os mecanismos em operação. O crescimento econômico moderno e a difusão do conhecimento tornaram possível evitar o apocalipse marxista, mas não modificaram as estruturas profundas do capital e da desigualdade – ou pelo menos não tanto quanto se imaginava nas décadas otimistas pós-Segunda Guerra Mundial. Quando a taxa de remuneração do capital ultrapassa a taxa de crescimento da produção e da renda, como ocorreu no século XIX e parece provável que volte a ocorrer no Século XXI, o capitalismo produz automaticamente desigualdades insustentáveis, arbitrárias, que ameaçam de maneira radical os valores de meritocracia sobre os quais se fundam nossas sociedades democráticas.(...)".

Inicialmente, apenas duas observações nossas: em primeiro lugar o apocalipse marxista diz respeito ao fim do capitalismo (“fim dos tempos” do capitalismo), em razão de suas contradições, inclusive por ter produzido o operariado, que será o seu coveiro, como disse Karl Marx. Logicamente, para a superação do capitalismo pelo comunismo não se dará automaticamente, havendo necessidade da reconstrução do partido da revolução mundial, ou seja, hoje em dia, da reconstrução da Quarta Internacional; em segundo lugar, as sociedades democráticas de que trata Piketty, ao que tudo indicam são os países imperialistas, que não passam de ditaduras do capital.

O movimento pró-formação de uma tendência socialista operária programou para os mês de julho o curso sobre a “História do movimento operário, popular e estudantil – 1977/2014”, com base no “Esboço Histórico” dos companheiros Erwim Wolf, Ignácio Reis e Paul Balard da Silva que será lançado ainda este mês. Já para agosto, está programado o “Curso Básico de Economia Marxista”, dividido em três partes, a primeira sobre o “Capital de Karl Marx”, a segunda será uma análise crítica do ponto de vista marxista sobre o livro “O Capital no século XXI”, de Thomas Piketty, e o terceiro sobre a obra “A nova Econômica” de Eugênio Preobrajenki, onde será analisada a economia dos estados operários que existiram, como China, URSS, Iugoslávia, Vietnã, etc., e os  existentes como Cuba e Coréia do Norte, sociedades em transição do socialismo ao comunismo, onde havia e há a contradição da lei do valor da economia capitalista com a lei da economia planificada (E.P.) nos estados socialistas. A ideia é que este cursos sejam ministrados na segunda julho e agosto, aos sábados à tarde, na sede do PT de São Bernardo do Campo, sendo que para tanto solicitaremos a devida autorização à direção do Partido dos Trabalhadores, com antecedência.

Com isso abarcamos a política e a economia, que como Lênin disse “A política é a expressão da economia concentrada, sua generalização e coroamento”.  Como sabemos, o marxismo partiu de três fontes: o socialismo francês, a economia política inglesa e a filosofia alemã. Assim, estaremos estudando política e economia, só está faltando a filosofia. Tendo em vista essa última, sugerimos ao companheiro do Coletivo Marxista do PT, ex-militante da Esquerda Marxista, que hoje estuda filosofia em Santa Catarina, que prepare um curso sobre filosofia marxista, o qual poderá ser ministrado em setembro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia

O presente texto é uma resposta à contribuição do simpatizante de nossa tendência, Leonardo Silva, para a I Conferência da Tendência Marxista-Leninista. Abordaremos alguns aspectos da conjuntura nacional e da internacional, sobretudo os relativos ao governo Lula e guerra na Ucrânia. Leia mais: Contribuição do camarada Leonardo Silva I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos O governo Lula Como havíamos previsto desde as eleições, o governo Lula é um governo democratizante de conciliação e colaboração de classes, apoiado por uma frente ampla burguesa, ou seja, uma frente popular, uma frente populista. Além disso, previmos que a política econômica do governo Lula daria continuidade à política econômica de Paulo Guedes, ou seja, à política de Bolsonaro. Como prova disse, basta ver o salário-mínimo de fome anunciado pelo governo Lula: R$ 1.320,

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante